A pandemia e o surgimento de problemas de saúde mental nas crianças e jovens: Ansiedade e Medo/Depressão/Problemas comportament

A ansiedade e o medo têm efeitos normais e protetores. O medo é fundamental para a nossa sobrevivência e a ansiedade prepara-nos para o que nos põe ou pode pôr em perigo. Contudo, têm efeitos negativos quando se prolongam além do necessário para cumprir a função protetora e interferem na qualidade de vida, no conforto emocional ou no desempenho diário podendo levar a um forte impacto na vida social e escolar das crianças e jovens.

Sinais de alerta:

Sintomas fisiológicos – aumento do ritmo cardíaco; dificuldade em respirar; sudorese e arrepios; perturbações no sono; alterações de apetite; perda involuntária da urina e fezes e tensão muscular.

Sintomas comportamentais – evitar tarefas ou pessoas e dificuldades relacionais com cuidadores, com pares…

Sintomas cognitivos – atenção dispersa; dificuldade de concentração e na tomada de decisões; baixa autoeficácia; negação; alterações de memória; confusão, distorção e pensamentos intrusivos.

Sintomas emocionais - ansiedade e medo; culpa e desespero; irritabilidade; nervosismo e agressividade.

Os sintomas de depressão variam consoante a idade e na sequência dos confinamentos têm-se verificado em idades muito jovens: tristeza, irritabilidade ou tédio; dificuldade em divertir-se; aparência triste; choro fácil; fadiga; isolamento ou fraco relacionamento com os pares; baixa autoestima; declínio no desempenho escolar; fobias e pensamento suicida.

Relativamente às alterações comportamentais temos como exemplos: birras; agressividade; isolamento e dependência de “ecrãs”.

 Nestas situações devemos recorrer a estratégias cognitivas de regulação emocional, ou seja, focar os aspetos positivos, pensamentos em ideias ou momentos mais alegres e agradáveis, desfocando do momento que estamos a passar. Ideias que deixam de lado a severidade da situação e enfatizam a sua relatividade comparada com outras situações.

A melhor forma de abordarmos as crianças/jovens é utilizar formas de comunicação eficazes: falar com tom normal, não gritar; não criticar, apontar o bem e o mal e nunca recorrer ao silêncio, falar sempre o que se sente. Ouvir quando a criança/jovem está na disposição; ouvir sempre primeiro antes de falar (escuta ativa); não dar sermões; elogiar mais fazendo com que se sinta valorizado, amado e seguro; não alimentar discórdias e delinear limites e expetativas realistas sobre o comportamento adequado nesta fase; estabelecer um programa de incentivos antes de recorrer à punição; punir com positivismo e respeito tornando as consequências imediatas especificas e consistentes; usar a empatia sendo menos reativo e mais proativo; funcionar como modelo de encorajamento e confiança e incentivar o afeto positivo, cultivando a esperança.

 

 

 

 

 

 

O projeto “Todo Ouvidos” procura ouvir, apoiar e aconselhar as famílias ou responsáveis pelas crianças ou jovens. Para mais esclarecimentos, contactar telefonicamente as colaboradoras da Casa Jovem.

23 de Março de 2021

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